Médico e hospital são condenados a pagar R$ 80 mil a mulheres abusadas em consultas ginecológicas no Recife

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou o ginecologista José Adagmar Pereira de Moraes e um hospital da rede Hapvida a indenizarem em R80 mil, cada, duas mulheres vítimas de abuso sexual durante consultas ginecológicas. Os casos ocorreram em julho de 2016, em uma unidade da rede localizada no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. À época, as vítimas tinham apenas 18 anos e estavam em sua primeira consulta ginecológica.

A decisão judicial estabelece que a indenização será paga de forma solidária entre o médico e o hospital. A defesa das vítimas informou que a indenização solicitada inicialmente era de R 150 mil para cada, mas que, durante o processo, houve propostas com valores considerados irrisórios. Os advogados anunciaram que vão recorrer da decisão para pedir o aumento do valor.

Além dos dois casos que geraram a condenação, outras duas mulheres também acionaram a Justiça contra o médico, que já responde a quatro inquéritos em Pernambuco. Um dos abusos relatados ocorreu durante a inserção de um DIU. Entre as falhas apontadas no atendimento, estão a ausência de uma profissional de apoio na sala e a falta de estrutura adequada.

José Adagmar já foi preso em outubro de 2020, em Suzano (SP), por suspeita de estupro em uma clínica da rede privada. Ele teve o registro profissional cassado e responde também na esfera criminal. O processo corre em segredo de Justiça.